Sudoeste

Tropa de choque do governo não vota pedido de informações após operação da PF no HMDC de Dionísio

Na Sessão da Câmara, Vereadores de oposição discutiram fraudes e cobraram esclareci...

19 nov 24 - 21h10 Atualizado 21 nov 24 - 23h58 Vale Sudoeste

A sessão da Câmara de Vereadores de Dionísio Cerqueira, nesta segunda-feira (18), foi marcada por intenso debate em meio às investigações da Operação "Anatomia da Saúde", deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira (12). Vereadores da bancada de oposição PT/União pedem informações à admnistração sobre contratos ligados ao HMDC (Hospital Municipal de Dionísio Cerqueira) que é gerido pelo Instituto Sante. A operação apura supostas fraudes em licitações e desvio de verbas públicas no Hospital Municipal de Dionísio Cerqueira, envolvendo valores superiores a R$ 30 milhões. O hospital é referência no atendimento também para os demais municípios do CIF, Barracão, cidades paranaenses, ambas integrantes do CIF (Consórcio Intermunicipal da Fronteira). Outras cidades do Paraná e Santa Catarina também são atendidos por meio de convênios no hospital da fronteira. 

Detalhes da Operação - A Polícia Federal executou 17 mandados de busca e apreensão em cidades de Santa Catarina e Paraná, além de determinar o afastamento de sete servidores públicos municipais, o bloqueio de bens e a proibição de contratação de determinadas empresas com o poder público. Durante as buscas, cédulas de euro e dólar, bolsas de luxo e outros bens de alto valor foram apreendidos.

De acordo com o delegado Bruno Yuan Santos, a investigação identificou irregularidades no processo licitatório de contratação de uma organização social responsável pela gestão do Hospital Municipal de Dionísio Cerqueira. O Ministério Público de Contas de Santa Catarina também apontou falhas no edital e possíveis direcionamentos na dispensa de licitações.

Requerimento de Esclarecimentos - Diante das denúncias, os vereadores Alex Nascimento, Marilene de Melo e Diego Poletto apresentaram o requerimento nº 054/2024, solicitando que o Executivo Municipal esclareça quais licitações estão sendo investigadas e para quais finalidades eram destinadas. O requerimento cobra ainda um posicionamento público do prefeito Thiago Bianca e da vice-prefeita, destacando que notas à imprensa não são suficientes para tranquilizar a população.

O vereador Alex Nascimento foi enfático em criticar a ausência de um pronunciamento direto da administração. "30 milhões é muito dinheiro, muitas vidas deixaram de ser atendidas. Queremos acreditar que isso não aconteceu em nosso município. O prefeito e a vice-prefeita devem vir a público e se explicar, não apenas emitir notas protocolares", afirmou.

Debate na Câmara - Durante a sessão, vereadores manifestaram opiniões divergentes. Enquanto alguns cobraram rigor na apuração e maior transparência da administração, outros pediram cautela e reforçaram que os fatos ainda estão sob investigação.

Marilene de Melo destacou a gravidade das acusações e a necessidade de respostas claras: "Temos dois funcionários afastados, pareceres que indicam irregularidades graves e um montante expressivo de recursos sob suspeita. A população exige explicações concretas".

Diego Poletto questionou a postura da administração municipal: "O prefeito sempre foi ativo nas redes sociais durante a campanha. Agora, quando a população exige respostas, ele permanece em silêncio. Isso é inadmissível".

Por outro lado, vereadores como Joelso de Lima e Nando Mello pediram prudência. "Os valores mencionados representam o total do contrato de cinco anos. Não podemos julgar precipitadamente antes de conclusões oficiais", argumentou Joelso.

Edinho Shenkel (MDB) diz que pedido dai oposição é inconstitucional - O vereador Edinho Shenkel (MDB) se manifestou sobre a polêmica envolvendo investigações conduzidas pela Polícia Federal. Durante seu pronunciamento, o parlamentar manifestou apoio a apuração dos fatos, mas destacou que a responsabilidade pela investigação cabe exclusivamente às autoridades competentes e disse ser inconstitucional o pedido dos vereadores oposicionistas.

“O pedido é inconstitucional e deveria ser direcionado à Polícia Federal, que já está realizando seu trabalho. Não cabe à administração pública conduzir investigações. Nosso papel é acompanhar e garantir que a verdade venha à tona. O dinheiro foi usado sim, e creio que da melhor forma possível. Médicos, enfermeiros e demais profissionais receberam seus salários, e os medicamentos foram adquiridos. Isso não aconteceu de graça,” declarou Edinho, que optou por se abster do voto em relação ao pedido apresentado.

Prefeitura Sob Pressão - A ausência de manifestações claras por parte do prefeito e da vice-prefeita alimentou o descontentamento entre vereadores e a comunidade. Embora a prefeitura tenha emitido uma nota afirmando que colabora com as investigações e que não há envolvimento direto da administração, a pressão por esclarecimentos públicos persiste.

Impacto na Comunidade - A operação repercutiu amplamente na mídia e nas redes sociais, gerando dúvidas sobre a aplicação de recursos destinados à saúde. Com relatos de atrasos no atendimento e falta de medicamentos, os vereadores alertaram para o impacto negativo do escândalo na confiança da população.

A Operação "Anatomia da Saúde" segue em curso, e novos desdobramentos são aguardados. O requerimento de informações foi votado apelas pelos vereadores de oposição, Lene Melo, Alex Nascimento e Diego Poletto os demais vereadores da base do governo municipal se absteram da votação.

Via: Vale Sudoeste/Luiz Felipe Max - Foto: Câmara Municipal de Vereadores de Dionísio Cerqueira


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